quarta-feira, 13 de abril de 2016

PSICOMOTRICIDADE



1.1 A psicomotricidade na prática escolar
            A psicomotricidade é vista com maior preocupação no momento em que a criança ingressa no ambiente escolar, visto que, para que algumas aprendizagens sejam desenvolvidas as crianças precisam ter algumas habilidades e para isso o professor precisa saber se elas as possuem ou não.  Neste momento o professor procura conhecer o que a criança já possui por meio de brincadeiras e atividades diárias e como aperfeiçoa-la, caso não as tenha será necessário trabalha-las, pois, as noções básicas agora, são habilidades essenciais  e futuramente: lateralidade, equilíbrio, movimento de pinça com as mãos, noção temporal, noção geográfica, noção espacial, movimento corporal, ritmo, postura corporal, expressão facial, consciência fonológica, percepção tátil, coordenação motora global e fina, coordenação viso-motora, conhecimento do seu corpo(limites),  comunicação e socialização.
 Este trabalho acadêmico é uma monografia, que apresenta uma pesquisa qualitativa, buscou se em seu objetivo geral “Demonstrar a importância de atividades psicomotoras na educação infantil (4 e 5 anos)”.
A produção textual que é uma parte teórica onde primeiramente foi feito uma busca sobre o material bibliográfico impresso e virtual para: Conceituar a psicomotricidade; histórico da psicomotricidade; Conhecer o papel da psicomotricidade na educação infantil. Apresentar as habilidades que são desenvolvidas por meio das atividades psicomotoras.
No segundo capitulo houve uma preocupação especial em apresentar a psicomotricidade na prática escolar, momento este em que se Identificou as atividades psicomotoras que desenvolvem habilidades cognitivas nas crianças da educação infantil e Quais atividades psicomotoras são realizadas pelos professores para desenvolver estas habilidades nos alunos. Estas informações foram coletadas por meio de um questionário, que foram analisadas as informações e em seguida conseguiu-se concluir o trabalho, comprovando que o tema deste trabalho foi realmente interessante e efetivo para que a pesquisadora aprendesse e construísse mais um degrau na sua prática docente.
CAPÍTULO I – PSICOMOTRICIDADE  E  EDUCAÇÃO INFANTIL
1.1.0  Psicomotricidade : Conceito
O termo psicomotricidade " vem do termo grego psiché = alma e do verbo latino moto = mover frequentemente, agitar fortemente.”(NEGRINE, 1995, p.33, In: MACHADO &TAVARES, 2010, p.34)  Onde o homem ira agir de acordo com o movimento do corpo, se relacionando com o mundo, amadurecendo envolvido nesta relação de movimento de alma e corpo onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.  Os pilares do que é psicomotricidade surgem da existência de três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade cita Costa (2002, s.n.) para definir com clareza o conceito:
A Psicomotricidade baseia-se em uma concepção unificada da pessoa, que inclui as interações cognitivas, sensórias motoras e psíquicas na compreensão das capacidades de ser e de expressar-se, a partir do movimento, em um contexto psicossocial. Ela se constitui por um conjunto de conhecimentos psicológicos, fisiológicos, antropológicos e relacionais que permitem, utilizando o corpo como mediador, abordar o ato motor humano com o intento de favorecer a integração deste sujeito consigo e com o mundo dos objetos e outros sujeitos.
A psicomotricidade realizada pelos professores da educação infantil são atividades físicas e lúdicas que devem buscar a transformação do corpo em instrumento de socialização e de expressão corporal com outro, através de movimentos gestuais que desenvolverão os aspectos motores, emocionais, afetivos, intelectuais e sociais. Busca ainda desenvolver o esquema corporal, as percepções, as coordenações organizadas do psíquico da criança.
A psicomotricidade é a comunicação dos movimentos do corpo que harmoniza aspectos sociais, cognitivos, motor, raciocínio lógico, equilíbrio, referencial de pontos de vista com formação do caráter e da personalidade que o meio social conduz. É a arte da aprendizagem pelo movimento, utilizando a expressão e linguagem corporal para socializar e amadurecimento do cérebro de acordo com as habilidades que se desenvolvem nos movimentos realizados pelas atividades psicomotoras. Psicomotricidade para Assis & Jobin(2008, Apud. MACHADO & TAVARES, 2010, p.36) significa:
É capacidade psíquica de realizar movimentos, não se tratando das relações de movimento propriamente dito, mas sim da atividade psíquica que transforma a imagem para a ação em estímulos para os procedimentos musculares adequados.
Neste conceito percebe que as atividades psicomotoras são vistas como a capacidade de ver uma imagem, um modelo e realizar o mesmo movimento demonstrando como o cérebro viu o que foi feito e como esta a capacidade de memorização, reprodução (imitação), compreensão dos movimentos do seu corpo como limites, lateralidade, equilíbrio, etc.
As atividades realizadas nas escolas fazem parte da “educação psicomotora, entendida como uma metodologia de ensino que instrumentaliza o movimento humano enquanto meio pedagógico para favorecer o desenvolvimento da criança” (ROSSI, 2012, p.7). Essas atividades possuem objetivos pedagógicos, como preparar o aluno para a aprendizagem da leitura e escrita, na compreensão das diversas situações matemáticas, nas noções de tamanho, classificação, seriação, ordenação.
1.1.1Psicomotricidade: breve histórico.
A ideia de psicomotricidade surgiu há muito tempo, porém era uma ideia sem nome, preocupada em relacionar os movimentos motores com o desenvolvimento do pensar e agir. Esse pensamento partiu primeiramente de neurologistas que buscavam explicar e compreender como o cérebro podia desenvolver habilidades cognitivas e afetivas depois que realizavam movimentos corporais, “destaca-se a figura de Dupré (1909), neuropsiquiatria, de fundamental importância para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade motora”(JOBIM&ASSIS, 2008, p.2), Dupré estudava como pessoas que tinham a coordenação motora desconexa também possuíam dificuldade ou uma demora na resolução de problemas mentais simples, tudo era um fator biológico, onde cérebro e motor comunicavam –se gerando novos movimentos. Silva (2014, p.9) relata com que sentido o termo psicomotricidade foi utilizado a primeira vez::
Em 1900, por Wernik o termo psicomotricidade foi utilizado pela primeira vez, por Wernik para nomear uma doença: debilidade motora. Desde então começaram a observar que em alguns movimentos o corpo não estava em sintonia, existia limitações motoras na hora de executar alguns movimentos, mesmo não detectando lesões no cérebro.
Apesar de Wernik utilizar o termo pela primeira vez, o precursor da psicomotricidade foi Henry Wallon, médico psicólogo, que em 1925, estudando como os movimentos corporais influenciavam no desenvolvimento do psiquismo. O ser humano para ele relacionava os movimentos que fazem, as características afetivas, psicológicas, influenciando hábitos e atitudes próprios, em cada ambiente que frequenta. Na visão de Wallon não há uma separação entre desenvolvimento dos movimentos corporais com a formação sócio-cognitiva-motora. Como Escreve Jobim & Assis (2008, p.2):
Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. Para ele, o movimento é a única expressão, e o primeiro instrumento do psiquismo, e que o desenvolvimento psicológico da criança é o resultado da oposição e substituição de atividades que precedem umas as outras.
Wallon vê a criança como ser com sua personalidade em desenvolvimento, que ocorre por meio das noções de esquema e postura corporal. Onde como ele usa seu corpo, como ele se move, vai conduzir em como ele pensa e no como ele sente e distingui o que é bom e ruim para si e para os outros. Ainda citando Jobim & Assis (2008, p.2) para falar de outro teórico, no caso Piaget, que é um grande referencial do desenvolvimento infantil:
Através do conceito do esquema corporal, introduz, provavelmente, dados neurológicos nas suas concepções psicológicas, motivo esse que o distingue de outro grande vulto da psicologia, Piaget, que muito influenciou também a teoria e prática da psicomotricidade.
 Jobim e Assis (2008) fazem um parâmetro entre Wallon e Piaget  e suas grandes contribuições para a psicomotricidade, mas que possuem pontos de vista, um pouco diferentes mas nem tanto opostos. Wallon acredita que a atividades psicomotoras formam a personalidade enquanto Piaget vê a psicomotricidade como um agregador, serve para adaptar o individuo ao meio em que vive.
A partir de 1935 o neurologista Eduard Guilmain, visualiza a psicomotricidade como campo científico e realiza as primeiras tentativas de estudo da reeducação psicomotora com êxito, desenvolve um exame psicomotor com diagnóstico, indicação de tratamento e prognóstico.
Em 1935 um psiquiatra Julian de Ajuriaguerra, atualiza o conceito de psicomotricidade, escrevendo que ela “delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e psiquiátrico a partir de técnicas reeducativas” (MACHADO &TAVARES, 2010,p.35). Ele rompe com o conceito de paralelismo psicomotor de Dupré, estabelecendo que a psicomotricidade parte do movimento do corpo. Proporcionando especificidade e autonomia a psicomotricidade enquanto ciência, agora capaz de estabelecer suas diretrizes, metas e funcionamento.
A psicomotricidade surgiu de neurologistas, psiquiatras e pesquisadores do comportamento e do movimento motor, assumindo três vertentes e a origem do termo psicomotricidades como escreve Jobim & Assis (2008, p.2):
Historicamente o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Só em pleno século XIX o corpo começa a ser estudado, em primeiro lugar, por neurologistas, por necessidade de compreensão das estruturas cerebrais, e posteriormente por psiquiatras, para a classificação de fatores patológicos.
 Apesar de não ter um nome fixo, mas era objeto de pesquisa de diversas ciências que analisaram as consequências dos exercícios psicomotores com: as funções cerebrais, com os fatores biológicos, com os fatores sociais, em relação ao desenvolvimento psíquico, a maturidade e ao funcionamento motor, onde cada um chamava por um nome diferente esta técnica é que foi estabelecido um único nome. Ou seja, da necessidade dos médicos de ter um nome especifico, explica essas mudanças de comportamento advindas das atividades psicomotoras, em 1870 deram o nome dessas atividades de psicomotricidade.


1.1.2    Psicomotricidade no Brasil
  No Brasil acontece concomitante com o estudo da psicomotricidade mundial sendo relatada primeiramente a partir de 1950 com “Gruspun, psiquiatra da infância, e Lefévre, neurologista, enfatizaram o movimento para os processos terapêuticos da criança excepcional, caracterizando distúrbios psiconeurológicos.” (FALCÃO & BARRETO, 2009, p.91) Utilizando como forma de tratamento para crianças com dificuldades de aprendizagem. Neste mesmo período foi criando em Porto Alegre Rio grande do Sul um serviço de Educação Especial dirigido por Rosat, que atuava como psicóloga um atendimento a Ortopedia mental e de Educação Física para criança com necessidades especiais.
              Em 1951, Glorinha Bentannuller no Rio de Janeiro com educação dos deficientes visuais buscou associar movimentos psicomotores aos movimentos corporais e a postura vocal, com expressão  dos sentimentos, trabalhando posteriormente com deficientes mentais.
  Em 1960, outra brasileira chamada Lúcia Bentes “introduziu exercícios de motricidade aos logopedistas[1] visando à orientação espacial, o ritmo e a coordenação motora.” Posteriormente iniciou-se um trabalho chamado “cadeia da psicomotricidade na Faculdade de Logopedia da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ, por Maria Amélia Machado” (FALCÃO & BARRETO, 2009, p.92). Todos esses estudiosos sofreram influencia das escolas francesas e argentinas.
 Somente a partir de 1968 que a psicomotricidade se firmou no Brasil, com cursos nas universidades brasileiras, sendo colocado como uma disciplina dos cursos pedagógicos, para ser “introduzida nas escolas especializadas como um recurso pedagógico que visava corrigir distúrbios e preencher lacunas de desenvolvimento das crianças excepcionais.” (FALCÃO & BARRETO, 2009, p.92). A psicomotricidade era vista mais como um recurso ou  uma ferramenta de auxilio para tratar crianças com necessidades especiais, do que como atividades psicomotoras que desenvolviam qualquer criança.
 Os primeiros cursos de formação buscavam estabelecer uma inter-relação entre o desenvolvimento psico-sensório-motor, por meio de vivencias com a psicomotricidade relacional como escreve Falcão & Barreto (2009, p.92):
Em 1970, a primeira formação acontece no Rio de Janeiro com a vinda, da França, de Mademoiselle Ramain Thiers e Germain Farjado. Posteriormente iniciaram se os cursos de formação pelos franceses André Lapierre e Francoise Desobeau. Lapierre trabalha o autoconhecimento, em vista de uma abordagem psicomotora relacional, que valorizava o movimento espontâneo e a parte fantasmática do mundo interno de cada indivíduo.
A abordagem da psicomotricidade relacional considerava primeiramente o movimento puro da criança.  Partindo desta noção da capacidade de se movimentar da criança é que se iniciava um processo de reeducação, associando a experiências vividas com os movimentos que elas realizavam.
 Em 1977 iniciam-se grupos de pesquisadores sendo fundado o Grupo de atividades Especializadas (GAE), que foram pesquisando e amadurecendo as ideias realizando a partir de 1980 vários encontros nacionais e latino-americanos sobre psicomotricidade.
No ano de 1979 ocorreu o Primeiro Encontro nacional de Psicomotricidade com o GAE como responsável pela parte clínica.
Neste encontro o Instituto Superior de Psicomotricidade e Educação (ISPE) concentrou a formação de profissionais em psicomotricidade estudando os efeitos da psicomotricidade nas áreas de saúde e educação. “Em 1982, o ISPE-GAE realiza um vínculo científico-cultural com a Escola Francesa através da exclusiva Delegação Brasileira da OIPR- Organisation Internaionale de Psychomotricité et de Relaxation.”(SILVA, 2014, p.10), onde o Brasil sofre grandes influencias dos franceses em relação a psicomotricidade.
            No dia 19 de abril de 1980 foi constituída a  Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP) entidade de caráter científico-cultural para regulamentar e legalizar a profissão de psicomotrista, e esta instituição passou a promover os eventos científicos para debate, pesquisas e resultados.
O Projeto de LEI N.º 795-A de 2003 de Leonardo Picciani, retrata  que a psicomotricidade envolve várias ciências, sendo caracterizada por ser  um estudo da ciência do movimento, que desenvolve o individuo em vários aspectos como neurológicos, biológicos, psicológicos, socialmente e linguisticamente.  Nesta Lei é Traçada uma definição bem clara sobre o que é intervenção psicomotora, descrita por Levy (2000, p.164-165 In: BRASIL, 2003, p.4):
A intervenção psicomotora embora se dê no movimento, no gesto e vise o resgate do aspecto comunicativo do corpo, veículo de expressão individual de pensamentos e emoções, ela também atuará no comportamento no que diz respeito a: autoestima (nível afetivo); autoconfiança (nível intelectual) e autoimagem (nível físico-social).
Levy escreve que a psicomotricidade desenvolve não somente aspectos motores, mas muda o comportamento daquele que faz estas atividades. Afirma que elas mudam a capacidade de ver o ambiente em que  se vive e  transforma a forma com que se visualiza as pessoas que convive. As atividades psicomotoras exigem ou fazem (depende da atividade) que a criança tenha noção do outro, adquirindo características como colaboração, auto confiança, capacidade de discernir o que é bom para si e para o colega. Traz uma maturidade cerebral e psicológica necessárias ao seu desenvolvimento psicomotor.
Machado e Tavares (2010, p.36) escrevem que Pierre Vayer e Le Boucher, os precursores de atividades psicomotoras nas aulas de educação física, tinham o intuito de promover a educação motriz e psicomotriz em crianças que estavam imaturas no desenvolvimento das diversas habilidades, como: memória, equilíbrio, consciência, coordenação motora fina e ampla. “Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como uma motricidade de relação. Começa então, a ser delimitada uma diferença entre uma postura reeducativa e uma terapêutica” (JOBIM & ASSIS, 2008,p.3). Percebe-se que a psicomotricidade têm caráter de educar e desenvolver o que ainda não é conhecido. Quando possui características terapêuticas é com o objetivo de conduzir uma pessoa debilitada a reaprendizagem. Desenvolvendo habilidades que por algum motivo se perderam ou estão indiferentes, ou adormecidas naquele individuo, seja em qualquer idade.

1.1.3 A educação escolar
 A educação escolar quando falada, dizem é a educação feita na escola. Mas quais parâmetros ela é realizada? Em que ambiente? Para quem?  Quem educa? Todas essas questões fazem qualquer educador pensar sobre sua posição na hora de educar.  Para  o aluno que é educado,  depende muito da razão socioeconômica em que se vive e da valorização da família sobre a educação de seu filho. O tempo do aluno na escola “depende da realização do direito ao saber, sob um padrão de qualidade possível de ser incrementado” (CURY, 2012, p.169), este  tempo e o padrão de qualidade é estabelecido no momento que se atribui ao que a escola deve ensinar e o que não é função do professor.
A educação básica  é direito de todos os cidadãos brasileiros, ela que vai preparar o individuo para exercer seus direitos e deveres, assim como forma-lo e prepara-lo para o trabalho, tem sua base etimológica, descrita por Cury(2012,p.170):
Termo base nos confirma esta acepção de conceito e etapas conjugadas sob um só todo. Base provém do grego básis, eós e significa, ao mesmo tempo, pedestal, suporte, fundação e andar, pôr em marcha, avançar. A educação básica é um conceito mais do que inovador para um país que, por séculos, negou, de modo elitista e seletivo, a seus cidadãos o direito ao conhecimento pela ação sistemática da organização escolar.
A educação básica como o nome já diz é a base da educação. Que atualmente inicia-se na educação infantil, com o ingresso de crianças em centros educacionais cada vez mais cedo, com três anos e seis meses, entram na pré-escola. A escola local de formação de pessoas é vista como “uma instituição construída historicamente no contexto da modernidade, considerada como mediação privilegiada para desenvolver uma função social fundamental.” (MOREIRA & CANDAU, 2003, p.160) essa instituição iria agregar a continuidade da cultura advinda dos antepassados aos jovens que ali estão.
 As politicas públicas que visam à obrigatoriedade de uma escolarização para todos antevê uma democratização do saber.
Por meio do direito da educação será consagrado quando a escola adquirir padrões curriculares e orientações políticas que assegurem algum patamar de inversão de prioridades, mediante atendimento que contemple. (BOTO, 2005, p.779).
Onde  o ensino será igual para todas as classes sociais, será laico, obrigatório e gratuito, para que o País seja uma nação educadora, justa e a favor da criação de politicas públicas voltadas as reais necessidades. Que  devem ser vistas, analisadas e contemplar um ensino que tenha características  essenciais a sociedade .
A educação é uma prática social que ocorre em diferentes locais e nos momentos em que as pessoas se reúnem em sociedade. A educação escolar é uma consequência dos diversos processos formativos que representam as tradições culturais, e históricas de cada sociedade, como expressa Dourado (coord.) (2007, p.7):
Mesmo na educação formal, que ocorre por intermédio de instituições educativas, a exemplo das escolas de educação básica, são diversas as finalidades educacionais estabelecidas, assim como são distintos os princípios que orientam o processo ensino aprendizagem, pois cada país, com sua trajetória histórico-cultural e com o seu projeto de nação, estabelece diretrizes e bases para o seu sistema educacional.
O sistema educacional estabelece seu currículo de ensino para cada modalidade e nível de ensino. Existem várias finalidades educacionais e que vigoram na educação infantil  que haverá ações sistematizadas das práticas executadas pelos educadores, para que se articule a bagagem cultural das crianças, como escreve Tiné (2014, p.15)
 [...] as experiências e saberes das crianças, famílias, profissionais e comunidades de pertencimento e os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, cientifico e tecnológico historicamente construído pela humanidade - é meio para angariarmos os objetivos de proporcionar o desenvolvimento dos bebês e crianças pequenas e colaborarmos para a transformação social. Possui também um caráter instrumental e didático para que, no cotidiano escolar, as linguagens e as práticas se processem de maneira integrada.
Com o auxilio do Currículo em movimento da Educação Básica- Educação Infantil. Os professores planejam e desenvolvem atividades didático- pedagógicas e avaliam constantemente as técnicas utilizadas levando em consideração a pluralidade cultural, a diversidade étnica, religiosa, de gênero social e cultural das crianças  na localidade em que a escola se encontra.
A escola tem um papel fundamental na vida das pessoas, e principalmente na das crianças de apresentar o diferencial do que ela vivencia em outros ambientes frequentados pelo pequeno. É uma educação para a diversidade cultural, para a compreensão dos direitos e deveres, que propõe a reflexão dos parâmetros culturais e do que ainda pode ser construído em prol de uma melhora social.
1.1.4  O papel da psicomotricidade na Educação Infantil
                   As atividades psicomotoras são inseridas na educação infantil para desenvolver aspectos cognitivos, motor, sócio afetivo. Conectando mente-motricidade-afetividade em um só movimento a arte de aprender e desenvolver-se com o movimento do corpo utilizando instrumentos e espaços externos. As mudanças que ocorrem no corpo da criança como o crescimento, o fechamento da chamada ‘moleira’ que conduz o cérebro a ser protegido pelo crânio de forma mais completa e até mesmo ha uma ampliação do que se sente nas extremidades do corpo, que são percebidas pelo pegar, acarinhar. São sensações táteis que liberam muitas sensações e trazem a criança reminiscências e conceitos do que é agradável ou ruim. Segundo Araújo (2014, p.5) há uma ampliação de visão de mundo por meio da psicomotricidade, por isso escreve sobre o desenvolvimento por meio dela:
O desenvolvimento cognitivo relaciona-se às mudanças ocorridas na capacidade mental, como a aprendizagem, a linguagem, a memória, o pensamento e o raciocínio, e o desenvolvimento social engloba a capacidade de interação com o meio, utilizando as relações sociais que proporcionam a formação de sua personalidade e atributos próprios (PAPALIA e OLDS, 2000 Apud. ARAUJO, 2014, p.5)
 Estes autores ressaltam que as atividades psicomotoras são capazes de realçar características e habilidades individuais de cada ser, formando sua personalidade. Auxiliam a composição da personalidade e da moral da criança, como por exemplo, o saber dividir, respeitar, valorizar, a individualidade do outro e de si próprio. 
As atividades psicomotoras que realizadas na educação infantil são inseridas dentro do espaço formal de educação a escola. Quando a criança ingressa na educação infantil, ela não possui suas habilidades cognitivas, motoras, afetivas e relações sociais como de um adulto tudo esta muito imaturo. “Na criança a afetividade e a formação de sua personalidade está ligada à psicomotricidade, algumas atividades proporcionam a criação e a interpretação do mundo em que vivem” (ARAUJO, 2014,p.5),esses exercícios são realizados de forma lúdica, com jogos, brincadeiras. Roberto Moraes (2002, In: ARAUJO, 2014, p.7) faz uma comparação entre psicomotricidade e fala, onde ambas ocorrem gradativamente e são como resposta do corpo ao  mundo em que esta inserido:
A Psicomotricidade é o modo de expressão do corpo, transmite-se como a fala. Ela permite o desenvolvimento global da criança com uma visão mais realista do mundo que a circunda, podendo interferir nesta realidade por meio de suas descobertas e de sua criatividade.
As crianças da educação infantil estão em processo de desenvolvimento da fala, do corpo, das relações sociais e na descoberta do mundo, costumam utilizar conceitos que são formados com atividades didático pedagógicas, psicomotoras e cognitivas.
Nesta fase da infância a criança tem muito a desenvolver como: a coordenação motora ampla e fina, a coordenação viso-motora, a Memória, o equilíbrio, flexibilidade, capacidade tátil, gustativa, auditiva, olfativa, fonológica.
Wallon e Piaget são estudiosos que sempre combinaram a fase de desenvolvimento da criança com sua capacidade motriz-sensório-motora. Araújo Et.al, (2012, p.2)  concorda com Piaget que é “na fase escolar que temos que dar ênfase à atividade motora lúdica que é fonte de prazer, fazendo com que a criança tenha uma imagem corporal e aprenda brincando”, nesta fase a criança é capaz de fazer do seu corpo um instrumento de expressão, de caráter comunicativo, podendo socializar-se com os seus colegas e com o mundo em que vive, busca compreende-lo e comunicar harmonicamente com ele.
No Currículo Em Movimento da Educação Básica-Educação Infantil do Distrito Federal (2013, p.31) prevê que as práticas pedagógicas devem ser elaboradas baseadas nestes preceitos:
I - promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos
e desejos da criança;
II - favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
            O currículo propõe que por meio das experiências de narrativas, haja uma interação e reflexão do que se é contado do convívio daquela criança, onde ele representa por meio de gestos o seu pensar e como soluciona situações problemas do dia a dia. Recriando vários tipos de relações com os coleguinhas dentro de contextos significativos; Isso remete a uma situação assistida por uma professora, em que seus alunos colocaram as cadeiras de duas em duas e só uma na frente e um menino sozinho na frente acenando para eles, ela chamou um deles e perguntou do que estavam brincando, ele disse de pegar ônibus e o Felipe está na parada esperando ele.
Estes preceitos descrevem bem o que a criança da pré-escola deve desenvolver nas atividades realizadas nas escolas. Essas atividades englobam o uso de diversas habilidades que são desenvolvidas ou aperfeiçoadas por meio da psicomotricidade. Elas possibilitam que as crianças desenvolvam a: confiança, noção tempo-espacial, a linguagem, as relações sociais harmônicas, a expressão corporal por meio das peças e dramatizações.
 Os pequenos desde cedo, até antes da pré-escola começam a “reproduzir gestos, expressões faciais e sons produzidos pelas pessoas com as quais convivem”. (BRASIL, 1998, p.22), desta forma eles criam vínculos através de suas vivencias e com as pessoas que as cercam. Adquire autonomia ao identificar o que quer ser e com quem quer se parecer. É por meio das atividades recreativas lúdicas e psicomotoras que “as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação”. (BRASIL, 1998, p.23) Conseguem estabelecer a sua imagem corporal, diferenciando-se do outro, o que ocorre por meio do contato físico, da observação e acabam por utilizar a linguagem corporal como forma de expressão.
1.1.5 Habilidades desenvolvidas por meio das atividades psicomotoras
As habilidades que são desenvolvidas por meio de atividades psicomotoras advêm de estímulos que fazem com que o corpo e a mente se alinhem para produzir movimentos corretos.  O esquema corporal é uma das habilidades fundamentais que a psicomotricidade desenvolve, este esquema faz com que a criança consiga agir e transformar as ideias em ações eficientes.  Nos alunos da educação infantil que  o “esquema corporal é mal constituído não coordena bem os movimentos; na escola a grafia é feia e a leitura expressiva não é harmoniosa: a criança não consegue o ritmo da leitura ou então para no meio de uma palavra.” (MACHADO & TAVARES, 2010, p.37). É por meio dele que a criança conhece seu corpo e se movimenta. Compreende todo o funcionamento das partes do seu corpo e age tornando-as funcionais, agora por saber para que servem. Le Boulch  divide em três  etapas o esquema corporal, sendo a primeira Etapa a do corpo vivido com crianças de 0 até 3 anos de idade. A segunda Etapa chamando de Corpo percebido ou descoberto com crianças de 3 anos até 7 anos de idade e a terceira Etapa chamada de  Corpo representado variando de 7 a 12 anos.
A imagem corporal é a primeira habilidade que a criança começa a desenvolver “É a representação mental inconsciente que fazemos do nosso próprio corpo, formada a partir do momento em que este corpo começa a ser desejado e, consequentemente a desejar e a ser marcado por uma história singular” (CHIEZA, 2010, p.17), está imagem também é formada pelo referencial paterno e materno de como a criança veem seus pais e as semelhanças que possui com eles. Influencia muito a autonomia e a autoestima da criança.
Outra habilidade necessária para a aprendizagem é o equilíbrio que é descrito como “função determinante para a construção do movimento voluntário, condição indispensável de ajustamento postural e gravitacional, tudo isso regulado pelo cerebelo” (MACHADO & TAVARES, 2010, p.37). A funcionalidade desta habilidade ocorre de acordo com a maturação e compreensão do seu corpo, da coordenação dos movimentos harmoniosos, um exemplo é que muitas crianças costumam cair muito quando começam a andar, pois o peso do corpo deve ser dividido entre as pernas tudo é alinhado e é o equilíbrio que faz essa divisão do peso corporal das pessoas.
Uma das habilidades desenvolvidas é a tonicidade  que esta relacionada as funções musculares, como tensão dos músculos e postura da criança, agindo em estado de alerta e vigilância, o que se chama reflexo. Exemplificando quando se joga algo como uma bola e ela pega ou deixa cair, ou bate com uma mão só que não consegue segurar e depois ela passa a: tentar pegar com as duas mãos utilizando força, e demonstra maturidade e vai aprendendo a tencionar os músculos conforme o peso, tamanho e distância do objeto.
Juntamente com a tonicidade, a psicomotricidade trabalha a lateralidade, que diretamente é o uso dominante de um lado do corpo para executar as atividades motoras e cognitivas. Alguns autores escrevem que é a dominância motora, outros dizem que: o que estabelece a lateralidade é o cérebro.  Como cita Jobim & Assis (2008, p.9) sobre o conceito de Le Boulch (2001):
A lateralização é a manifestação de um predomínio motor relacionado com as partes do corpo que integram suas metades direita e esquerda, predomínio este que, por sua vez, se vincula á aceleração do processo de maturação dos centros sensório motores de um dos hemisférios cerebrais. Já para Defontaine a lateralidade refere-se à dominância de um lado do corpo sobre o outro.
Escolher ser canhoto ou destro é uma maturação que prova a existência da lateralidade, um maior uso de uma das mãos, pés, o olho que vê melhor. Observa-se que existem muitas crianças que usam ambas as mãos para executar as atividades motoras e que o meio em que vive pode influenciar sua escolha por utilizar mais um lado do que o outro.
 Mais uma habilidade necessária para o completo desenvolvimento do esquema corporal infantil é a “Direcionalidade que é a capacidade de projetar as dimensões espaciais do corpo no espaço imediato e de se apoderar de conceitos espaciais sobre o movimento ou localizações de objetos no ambiente.” (JOBIM & ASSIS, 2008, p.10) É o fazer uso da mira perceber em que direção esta um objeto, seu reconhecimento : o que é e qual sua posição se encontra dentro do ambiente em que esta.
A noção espacial e temporal onde a criança situa-se em que tempo as coisas acontecem e vão amadurecendo até adquirir a noção do que é real e do que é imaginário. “A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à memória, à consciência e às experiências vivenciadas pelo individuo (NEGRINE, 2002, In ARAUJO, 2014, p.18), quando o individuo não tem a noção espacial organizada possui muitas dificuldades na aprendizagem, como em cálculos matemáticos, e na percepção de quantos objetos há em um local. Pouca ou nenhuma noção geométrica para diferenciar: triângulo, pirâmide, cone. Se tem muito ou pouco, grande ou pequeno, onde tudo depende do referencial comparativo da observação de detalhes e da percepção visual e tátil.
A organização temporal é a noção de tempo, realizando os movimentos mais rápidos ou mais lentos de acordo com a necessidade, tempo, coordenação motora fina e ampla, onde cada movimento depende do ambiente e do tempo disponível, como escreve Jobim & Assis (2008, p.15):
A organização temporal é a capacidade de avaliar tempo dentro da ação, organizar-se a partir do próprio ritmo, situar o presente em relação a um antes e a um depois; é avaliar o movimento no tempo, distinguir o rápido do lento. É saber situar o momento do tempo em relação aos outros. (Freire, 1999).

A noção temporal faz com que a criança perceba o tempo: passado, presente, futuro, o que é possível acontecer, horários como manhã, tarde e noite. Sequenciação, classificação, ordenação, ritmo e seriação tudo isso só pode ser realizado quando a criança amadurece sua noção de tempo dos fatos.
O ritmo é a harmonização de varias habilidades que se casam, sendo realizadas ao mesmo tempo, utilizando motor, cognitivo e intelectual.  Sendo o ritmo motor ligado aos movimentos corporais, realizados em um determinado tempo. Por isso Chieza (2010, p.19) cita Oliveira, que retrata o ritmo auditivo e visual:
 O ritmo auditivo é associado com algum movimento. E para que a criança desenvolva, é necessário que o ritmo auditivo e motor estejam associados. O ritmo visual este diretamente ligado à leitura e escrita. Para os olhos acompanharem com ritmo uma palavra atrás da outra, precisa ter um ritmo, para respeitar os espaços entre as palavras, ordenar as letras dentro das palavras e as palavras nas frases.
O ritmo visual segue juntamente com a habilidade de lateralidade, tradução de signo e significado. Onde por meio do trabalho viso-motor compreende que uma letra deve vir depois da outra para ter som e entonação por meio do ritmo, que é adquirido da harmonização dos movimentos do abrir e fechar a boca, e da consciência fonológica. O ritmo auditivo ira trabalhar com a noção temporal e espacial, com o tônus e a coordenação motriz.
A coordenação motora divide-se em duas: a ampla (ou global) e a fina, ambas são importantíssimas e usadas cada uma a seu tempo, associada a outras habilidades. A global ou “ampla ou praxia global é o resultado da interação do sistema muscular com os nervos sensitivos (aferentes) e motores (eferentes). Enfim, são as utilizações coesas, econômicas e harmoniosas do corpo no espaço.” (ARAUJO et.al , 2012,p.5) É  a global que usa e movimentos dos músculos e ossos maiores de forma conjunta para realizar uma atividade física como: correr, pular, dançar, etc.
A coordenação motora fina estabelece qual lado dos pés e mãos é dominante, e assim analisar qual lado do cérebro vai reger e ter maior funcionalidade. Mede a capacidade de construção de objetos com o auxilio de instrumentos, como: modelar, recortar, escrever, amassar, etc. Araújo et.al (2012,p.5) escreve sobre a função da coordenação motora fina:
A dinâmica específica da praxia fina está estritamente relacionada à organização espaço-temporal. Ela estabelece a inter-relação entre o campo visual e a motricidade fina de pés e mãos. A coordenação óculo-segmentar procura desenvolver e estimular ao máximo as possibilidades de reação do indivíduo, proporcionando maiores potencialidades motoras e controle corporal, já que a visão nos promove o conhecimento do mundo exterior. 
A coordenação motora fina faz com que a criança realize com as mãos, pés, olhos, movimentos menores minuciosos, utilizando ossos e os músculos das extremidades para construir algo, realizando movimentos como: a pinça do picar o papel, as bolinhas, o alinhavo, costurar, escrever, entre outros.
1.1.6 Atividades psicomotoras realizadas com crianças de 4 e 5 anos.
A educação da infância  é ofertada para crianças de 4 até 5 anos e  acontece na pré-escola. É uma forma de trabalho que retrata uma orientação, com o intuito de dar continuidade aos hábitos e rotinas da creche. Propõe uma rotina, uma construção da identidade das crianças amadurecendo a compreensão do pensamento de tudo que ela vivenciou até ali. No maternal, no período de berçário são desenvolvidas nos pequenos atitudes e percepções  que são básicas como: o alimentar-se,  os hábitos de higiene, o que é correr, o socializar-se, o não bater, regras de convivência. Na pré-escola vivencia-se o inicio da produção do faz de conta, com a capacidade de expressar e representar valores transmitidos pelos primeiros educadores, sua família. Como esta escrita nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da educação Infantil (BRASIL, 1998, p.26):
 A aquisição da consciência dos limites do próprio corpo é um aspecto importante do processo de diferenciação do eu e do outro e da construção da identidade. Por meio das explorações que faz, do contato físico com outras pessoas, da observação daqueles com quem convive, a criança aprende sobre o mundo, sobre si mesma e comunica-se pela linguagem corporal.
 A criança já percebia que podia expressar o que sente, agora irá aprender o como. Vai fazer associações com o real e com o imaginário.  A postura corporal, somada à linguagem gestual, verbal do adulto transmite informações às crianças, possibilitando formas particulares e significativas de estabelecer vínculos com elas e com os outros. (BRASIL, 1998, p.31). Os vínculos são estabelecidos com os que estão a sua volta e acaba por deixar de lado o comportamento egoísta, para uma socialização, cooperação e busca do comunicar-se, conseguindo dizer o que deseja.
O educador que atua na educação infantil deve reconhecer a necessidade de condutas psicomotoras, com o intuito de preparar a criança para aprendizagens futuras. Este professor vai trabalhar com seu aluno para desenvolver habilidades que o façam: socializar, cooperar, utilizando sua linguagem corporal, gestos que expressam sua cultura, desenvolvendo autonomia intelectual e afetiva.
O professor de educação infantil tem o papel de mediador entre os ambientes e pessoas que ela convive, para que o aluno interaja criando soluções para as situações adversas, aprendendo aos poucos a tomar decisões, a respeitar regras, a cooperar e solidarizar-se com as dificuldades dos outros. Construindo um diálogo harmonioso com aqueles que convivem cuidando de si e dos demais. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)  também esta escrito sobre as regras de pré-escola:
Em relação às regras, além de se manter a preocupação quanto à clareza e transparência na sua apresentação e à coerência das sanções, é preciso dar oportunidade para que as crianças participem do estabelecimento de regras que irão afetar-lhes diretamente. (BRASIL, 1998, p.44).
Com o trabalho do corpo de forma lúdica, com jogos, brincadeiras, que exigem o respeito às normas e regras, que formam a identidade do aluno.  É estabelecido o diálogo como fator de respeito e de se fazer compreender. Os alunos aprendem o cuidado com você por ter uma noção de sua imagem e esquema corporal, de ritmo, lateralidade, equilíbrio, noção espaço  e noção temporal.
Outra técnica eficiente é a de “recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio afetivo” (CHIEZA, 2010, p.22) Desenvolve assim a tonicidade, a harmonia dos movimentos, a capacidade de preocupar-se com o outro, o ritmo entre o que se fala e os gestos.
Passada as fases oral e anal, dos 2 aos 3 anos, tem se a fase fálica que ocorre entre os quatro aos cinco anos, é uma fase lúdica  com crianças cheias de energia para correr, pular, extravasar. Neste momento elas percebem o que são capazes de fazer, e fazer de novo com diferentes velocidades, podendo iniciar de forma diferente, ficam se testando o tempo todo. É uma fase que está deixando de ser egoísta e já consegue brincar com os outros, aprendendo a dividir. Como descreve Alves (Org.) (2009, p.22)
 É a fase do tocar, encontrar, conviver. A criança toca seu corpo e o corpo do outro, encontra no outro as semelhanças e as diferenças corporais, percebe seu próprio corpo por intermédio do outro e começa a conhecer a sua composição.
 É uma fase onde a criança começa a se aceitar, entende que o mundo é de todos, que a professora tem que dar atenção aos colegas. As fantasias, o faz de conta devem ser trabalhados, para sempre existir a criatividade nesta criança.
Um bom momento para o professor observar seus alunos e detectar que atividades devem ser feitas e que habilidades eles precisam naquele momento desenvolver com as crianças. É a hora da brincadeira livre, por ser um momento de descontração, onde cada uma irá agir, movimentar-se como sua capacidade psicomotriz permitir. Descrevendo essa evolução da criança Jobim & Assis (2008, p.7) citam Ajuriaguerra (1972) que diz:
A evolução da criança é sinônimo de conscientização e conhecimento cada vez mais profundo do seu corpo, a criança é o seu corpo, pois é através dele que ela elabora todas as suas experiências vitais e organiza toda a sua personalidade, integra e retêm a síntese das atitudes afetivas vividas e experimentadas significativamente.
Ajuriaguerra descreve que o histórico vivencial da criança é o que compõe a consciência e memória dos movimentos corporais dos pequenos escolares. Eles aproveitam o que já possuem e valorizam com: a imaginação, a criatividade, a memória seletiva, a imagem corporal, a comunicação e a cultura repassada por seus pais. Aucouturier e Lapierre (In. ALVES, 2009, p.24) afirmam que uma criança para aprender, ela necessita de: Organização de si, do espaço e do tempo que lhe permita aprender; de uma organização mental, para compreender e de organização psicoafetiva que lhe permita desejar aprender, o que contribui com os objetivos da educação infantil.





CAPÍTULO II - PSICOMOTRICIDADE NA PRÁTICA ESCOLAR
A psicomotricidade está presente na prática escolar  com o intuito de promover habilidades que desenvolvam o esquema e a postura corporal, possibilitando a criança uma mobilidade nos movimentos do corpo fazendo o a comunicar-se com o mundo a sua volta de forma  gestual dentro do contexto de mundo que vive, como escreve Araújo (2014, p.8):
A Psicomotricidade auxilia de modo significativo na formação e elaboração do esquema corporal e possui o objetivo principal de incentivar a prática do movimento em todas as etapas de vida da criança. É por meio de atividades que as crianças divertem-se, interpretam e relacionam-se com o mundo em que vivem.
             A atividade escolar realizada na escola tem várias funções para preparar as crianças para o futuro que compreende uma delas a aprendizagem da leitura e escrita. Cada etapa da vida da criança vem agregada de algumas experiências. Tem-se como exemplo a oralidade antes de falar ela ouve, percebe que há um nome para cada coisa e depois vai iniciar o balbuciar, o mexer de lábios, língua para que os nomes sejam ditos.
2.1.1 Psicomotricidade na Prática
Existem parâmetros que fazem o professor  analisar e perceber se há ou não um desenvolvimento  psicomotor de seus alunos. Costuma-se utilizar pontos analisáveis como a tonicidade dos movimentos: se são fortes ou fracos, o equilíbrio de acordo com sua postura e harmonia dos movimentos. Observa-se a lateralidade manual, da visão, dos pés e assim percebe-se qual lado do cérebro a criança utiliza; Analisa-se também a noção corporal, se a criança é destra nas mãos e canhota nos pés ou na visão terá a lateralidade trocada e seu corpo vai trabalhar em constante conflito. A noção tempo-espacial onde os alunos estruturam os comandos cerebrais em sintonia e ritmo com as atividades em execução do corpo, como o dirigir que a pessoa tem que coordenar visão, tato, audição, atenção, pensar na trajetória a ser feita. Para tudo é necessário uma intervenção psicomotora como escreve Maria &Melo (2013, p.22):
A intervenção psicomotora tem como finalidade favorecer o desenvolvimento global do individuo, mediante a utilização do movimento e do jogo corporal, o estabelecimento de relações com os objetos e com os outros, e consequentemente, o desenvolvimento da identidade e da autonomia pessoal (Llinares & Rodríguez, 2003b Apud. MARIA &MELO, 2013 p.22)
Essa intervenção é realizada quando o professor percebe que seu aluno esta com dificuldade de executar exercícios que envolvem a coordenação motora, o equilíbrio, a lateralidade e sua dominância estabelecidos.
A maioria dos professores de educação infantil utiliza instrumentos para auxiliar no momento de atividades psicomotoras como cordas, bolas, peças de jogos, pneus, instrumentos musicais, pedaços de madeira, a construção que há no ambiente como degraus,  linhas das quadras, entre outros e o mais importante é o corpo, que produz sons, movimentos, e representações simbólicas. O papel da psicomotricidade é harmonizar corpo e pensamento e “pretende transformar o corpo em instrumento de relação e expressão com outro, através do movimento levando em conta os aspectos motores, emocionais, afetivos, intelectuais e sociais.”(ARAÚJO, 2014, p.2)
O aluno da educação infantil constrói aos poucos seu processo de aprendizagem conforme vai desenvolvendo sua coordenação motora  que “é a capacidade do cérebro de equilibrar os movimentos do corpo, mais especificamente dos músculos e das articulações. Pode-se verificar o desempenho motor de uma pessoa através de sua agilidade, velocidade e energia.” (ARAÚJO, 2014, p.2)  quanto mais rápido a com menos erros que uma criança faz uma atividade psicomotora mais terá facilidade na aquisição da leitura e escrita.
Para crianças que estão desenvolvendo a socialização o professor deve escuta-la, deve propor situações que despertem interesse nela. Pode propor brincadeiras de imitar sons de animais, de objetos, musicas com movimentos gestuais. Para crianças com dificuldade na fala, no comunicar-se deve criar situações que ela receba objetos que deve dar os nomes, falar frases simples, entender qual seu humor e representa-lo com gestos e expressões faciais.
Há exercícios psicomotores para trabalhar a coordenação motora fina e grossa (global). Para a global o professor vai trabalhar o corpo todo, com exercícios como: quicar uma bola, chutar, pular corda, o esticar, o bater palma, correr fazendo zig-zag. A coordenação motora fina com as mãos, o mais importante é o movimento da pinça para que consiga pegar o lápis de uma forma que não coloque muita força e nem pouca, são realizado os alinhavos, o amarrar um barbante, o recortar a massinha, o rasgar o papel o vincar na dobradura, o enrolar bolinha, entre outros.
2.2 Metodologia
Foi realizado inicialmente uma pesquisa bibliográfica onde foi pesquisado sobre teóricos, estudiosos, artigos, monografias, livros, revistas, associações, Conselhos de Psicomotricidade, eventos, quase todo o material divulgado impresso e virtual que pudesse ser utilizado de 1995 até os dias atuais. Depois da pesquisa bibliográfica foi elaborado um referencial teórico, que embasou a pesquisadora na formulação de perguntas para o questionário aplicado com as professoras na escola .
A presente pesquisa de campo vai atender as expectativas traçadas pelos objetivos específicos que é identificar quais atividades psicomotoras são realizadas pelos professores para desenvolver as  habilidades cognitivas na educação infantil. E assim elucida o objetivo geral que é Demonstrar a importância de atividades psicomotoras na educação infantil (4 e 5 anos).
O questionário foi o instrumento utilizado para a coleta de dados informativos sobre o objeto de estudo a psicomotricidade. A pesquisadora fez a solicitação de preenchimento dos questionários para 15 professoras, porém somente 10 responderam e entregaram em tempo hábil para compor o campo metodológico de análise dos dados coletados.
2.2.2 Caracterização da Escola
            A escola da pesquisa é o CAIC JULIA KUBITSCHEK DE OLIVEIRA, situada na AR 13, Conjunto 03, AE 01 do Setor Oeste de Sobradinho II. Atende três segmentos escolares, Educação Infantil (1ºperíodo  e 2 º períodos) Ensino Fundamental I (1º ao 4ºano) e Creche (maternal I e II).
 A escola possui 76 professores, uma diretora, uma vice, cinco  assistentes administrativos, três psicopedagogos, duas secretarias escolar, colaboradores como merendeiras, porteiras, agentes de limpeza e de segurança e demais profissionais habilitados.   
Na Educação infantil e Fundamental I são atendidos 1181.00 alunos com idades entre 4 e 13 anos, nos turnos matutino e vespertino, distribuídos em 32 salas com aproximadamente 25 crianças. Nas salas de aula existem janelas grandes localizadas em uma das quatro paredes (formato retangular de uma ponta a outra da parede), o que torna o ambiente bastante claro e arejado.
As salas são decoradas com alfabeto, calendário, numeral, ficha de identificação dos alunos e  um mural com as atividades realizadas pelos alunos. Dentro da sala existem espaços destinados à leitura (cantinho da leitura). A escola não tem biblioteca para os alunos da educação infantil e fundamental, levam os livros para casa semanalmente, por meio da sacola da leitura (mas nem todos os professores fazem assim), levam o livro devem fazer o registro com um desenho, e realizar o reconto na sala se a família gostou? Os alunos uma vez por semana participam de oficina de histórias, onde um texto é dramatizado por um contador de histórias.
A escola possui dois projetos anuais: O Projeto chamado ‘Eu”, que trabalha com a família efetivamente na escola, com atividades que são feitas somente em casa com a criança e a família, com o propósito de desenvolver:  a autoestima, valorização do eu,  árvore genealógica, estória do nome, eu sou importante, minha estória é especial, todo mundo é especial, etc.
O vídeo é móvel devendo ser agendado pelo professor.
Há uma quadra de esportes coberta, mas destinada as atividades de educação física para o Fundamental I, ás vezes quando não há nenhum aluno do fundamental as professoras da educação infantil vão com eles, para a quadra trabalhar com atividades psicomotoras, com bolas, bambolê, pneus, cordas, a demarcação do chão da quadra. O parquinho para a educação infantil é com areia, escorregador, balanços, roda, casa da aranha (escalada), gangorra, gira-gira e cavalinho, as barras para caminharem segurando com as mãos de uma barra para outra- trabalhando com o equilíbrio e peso do seu corpo. Quanto aos brinquedos pedagógicos, didáticos e psicomotores (coordenação motora fina) as professoras pegam em um depósito levam para a sala e trabalha com eles lá ou leva para a quadra coberta quando há disponibilidade.
Quanto ao atendimento de crianças Portadoras de Necessidades Especiais(PNE), possui turmas integradas(inclusão). Para os alunos que apresentam laudo médico referente alguma dificuldade de aprendizagem e/ou deficiência física, estudam em turmas reduzidas (com 15 alunos). Além do professor regente a criança é assistida por um monitor educador e às vezes há também um voluntário social, para auxiliar nas atividades e cuidar de sua higienização quando necessário. As crianças laudadas, são atendidas na sala de recursos uma vez por semana, por um psicopedagogo.
Quanto à rotina, os alunos são recebidos pelos professores na sala de aula,  dirigem-se (sempre em fila) ao pátio da escola onde fazem a entrada, neste momento cantam, rezam e dançam. Retornam para sala de aula onde realizam atividades de acordo com o planejamento do professor, normalmente as atividades são: recortar, colar, pintar, escrever, cortar e atividades  musicais. Na metade do turno, os alunos fazem normalmente uma refeição, e logo após a higienização bucal,  vão para o parque por trinta minutos. Devido a quantidade de alunos, a escola tem dois parques, que possuem areia e diversos brinquedos. Depois do parque as crianças retornam pra sala de aula, realizam outras atividades didático pedagógicas até o término da aula.
 A creche atende 90 alunos distribuídos e quatro salas de aula, são crianças de dois aos quatro anos. As crianças permanecem 10 horas por dia na creche, fazem cinco refeições, café da manhã, lanche, almoço, lanche e janta.
                   Há um espaço separado do fundamental que é o da creche. Neste local existe um parquinho de areia, um pula-pula, um pátio, bicicleta e velotrol, e uma sala para refeições. As salas de aula possuem dois professores, um monitor,  tem cinco  educadores sociais voluntários distribuídos ao longo do dia. Há um refeitório e com uma televisão e mesas quadradas para as crianças da creche.  Nas salas da creche há banheiros para banho, com umas banheirinhas (1m x 1m), vasos sanitários de acordo com a idade, e as pias e o acendedor de luz são adaptados para o tamanho das crianças. Ainda na creche para atendimento das crianças da creche há uma brinquedoteca. A sala tem um dos cantos de janelas grandes, o que torna o ambiente claro e ventilado. Há colchoes para a hora da soneca.
Ao longo da semana as crianças, seguem um cronograma de atividades planejado pelo professor, como dia do parquinho, dia da sala de vídeo, dia de jogos pedagógicos e dia de brinquedos livres. Nas atividades realizadas pelas crianças são utilizadas: massinha, tinta, giz de cera, lápis de cor, cola, barbante, bolinha de papel, pincel, e os professores também exploram as cores primárias, tipos de frutas, tipo de animais, formas geométricas e as coisas do dia a dia.
2.2.3 Análise dos dados
Foram consultadas 10 professoras, das quais 9 tem formação em pedagogia e uma esta cursando.  A metade 5(cinco) das educadoras possui alguma formação referente a psicomotricidade, como participações em encontros, palestras, porém gostariam de aperfeiçoar-se mais. As professoras questionadas possuem em sua maioria experiência de mais de dez anos de sala de aula, sendo evidenciado de acordo com Gráfico A abaixo:


.
Fonte: Pesquisa própria
São respectivamente 22 anos (2)20%, com 19 anos (2)20%, com 12 anos (1)10%, com 11 anos (1)10%, com 7 anos (1)10%, com 3 anos (1)10%, com 3 meses anos (1)10%.
Com relação ao desenvolvimento da psicomotricidade os professores entrevistados foram unânimes em relação às habilidades a serem desenvolvidas, são elas: lateralidade, equilíbrio, conhecimento numérico, discriminação de sons, noção de linearidade, percepção do corpo, disposição sucessiva das letras, comunicação, noção de posição (em baixo , em cima, dentro, fora), cores; ordenação temporal desenvolvimento da fala, coordenação viso-motora, movimentos globais, noção temporal e espacial. Essas habilidades são desenvolvidas por meio de atividades como: pular, correr, equilibrar, gesticular através de músicas e brincadeiras, cortar, colar, desenhar por meio de comandos, construir objetos artesanais por meio de materiais diversos.
Constroem novos conceitos por meio de atividades orientadas por comandos e intervenções, no momento dos jogos e circuitos motores e psicomotores que são realizados. Essas atividades são realizadas com o intuito de desenvolver o raciocínio e o movimento do corpo. Todo esse processo tem o objetivo de que a criança compreenda o esquema corporal, a dinâmica lateral, a formação do eu, construir sua identidade e autonomia, linguagem oral. Assim como ele comtemple a estruturação espacial, a orientação temporal e domínio progressivo do corpo humano. Que seria o desenvolvimento das coordenações motoras, fina e grossa.
São objetivos desse processo psicomotor interventivo e anterior a alfabetização, o desenvolvimento da escrita, o conhecimento das letras e das palavras, o conhecimento das coisas do dia a dia, a formação das palavras. Integrando estas atividades a um processo maior, que é o desenvolvimento do aluno e seu aprendizado. Quando este processo do desenvolvimento motor da criança não esta funcionando de forma integral os alunos começam  a apresentar dificuldade de acompanhar  na escrita e na alfabetização e até mesmo na aprendizagem de modo geral.

Para estimular os alunos a fazerem atividades psicomotoras em sala de aula costumam utilizar jogos, brincadeiras, músicas, massinha de modelar, dramatizações, alinhavo, estórias, trabalhos artesanais e circuitos com instrumentos (bola, corda, bambolê, pneus, entre outros), e com o corpo como rastejar, pular, arremessar, andar com ponta de pé, saltar obstáculos e outras atividades psicomotoras que se fizerem pertinentes. (Gráfico B)  
Fonte: Pesquisa própria.

 Foram coletados os seguintes dados: Jogos 10(14%), brincadeiras 10(14%),bambolê 7(9%), colchões1(%), cordas 5(7%), andar de ponta de pé 6(8%), andar calcanhar 1(1%), circuitos psicomotores 8(11%), músicas 3(9%), dramatizações 2 (3%), boliche 1(1%), caça ao tesouro 1(1%), corre cutia 1(1%), estórias 4(5%), massinha de modelar 5(7%), trabalhos artísticos 1(1%), pneus 4(5%), saltar obstáculos 4(5%).
As professoras questionadas afirmam que o desenvolvimento motor precisa ser muito bem articulado com as crianças de educação infantil, para que não prejudique o desenvolvimento integral quando ingressar no Ensino fundamental. As docentes conseguem perceber essa implicação em sua prática quando os alunos possuem dificuldade em acompanhar o processo de aquisição da escrita e leitura na alfabetização. Apresentam problemas quanto a direção gráfica, ausência de dominância lateral, no movimento de pinça, que dificulta a pegada do lápis. Quando não consegue andar em linha reta; Não pinta dentro dos limites do desenho. Não reconhece seu corpo e consequentemente não se harmoniza com o ambiente externo, gerando crianças com lateralidade trocada para: mãos, pés, visão.  E por último a falta de noção de espaço na hora e escrever.
Para escolher quais atividades psicomotoras irão realizar, consultam os objetivos do planejamento semanal coletivo, avaliando as habilidades a serem desenvolvidas. Observa-se a faixa etária e os pré-requisitos e habilidades a serem desenvolvidos encaixando no tema como, por exemplo: páscoa, mães, natal, consciência negra, entre outros.
As dificuldades encontradas pelas educadoras em sua maioria foram: falta de material (instrumentos), pouco espaço ideal e falta de uma formação continuada. Encontram também alguns alunos desatentos e por isso estes alunos, não compreende como a atividade deve ser executada, ou a faz errando, exigindo que se expliquem várias vezes a mesma coisa.
 Para avaliar o desenvolvimento psicomotor do aluno, observa-se se conseguiram desenvolver as habilidades necessárias para concluir as atividades propostas, com sua evolução descrita em relatórios. Acompanham por meio da participação diária do aluno e se este apresenta interesse. É feita uma análise constante do desenvolvimento do aluno, se ele conseguiu executar determinada atividade com facilidade ou dificuldade, e quanto tempo levou, se foi mais rápido que da ultima vez.
As professoras afirmam que estão parcialmente satisfeitas quanto á estrutura física, relatam que para que seu trabalho seja mais eficiente precisam de material e um espaço físico ideal para a educação infantil. Sentem muita falta de um curso que as qualifique.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A psicomotricidade demonstrou ser a educação do movimento e da aprendizagem, onde crianças desenvolvem diversas habilidades, como: equilíbrio, coordenação motora global e fina, lateralidade, noção tempo e espaço, raciocínio lógico e torna-se capaz de classificar, ordenar, sequenciar, diferenciar tudo partido do que se realiza com o corpo para a mente e da mente para o movimento do corpo.
O objetivo do trabalho foi “Demonstrar a importância de atividades psicomotoras na educação infantil (4 e 5 anos)” que tanto no estudo do conceito, quanto na pesquisa de campo e observação das atividades que as professoras realizaram percebeu-se o quanto é importante para o desenvolvimento da criança a realização de atividades psicomotoras. Percebe-se que a base técnica sem especificidade da profissão, pois as professoras não são psicomotrista formadas, mas pesquisam e estudam sobre o assunto e aplicam em sua rotina de trabalho com as crianças.
 Pessoalmente algumas professoras falaram que percebem a diferença de aprendizagem do aluno que antes de realizar uma atividade escrita ou de registro, realizaram uma atividade motora dirigida, do que não o fez.
Essas atividades psicomotoras levam  os alunos a pensar e organizar o pensamento. Percebe-se que ocorre o contrário com a criança que falta e não fez o exercício. A que não pratica a psicomotricidade apresenta dificuldades em realizar atividades como: escrita, registro de desenho e também no correr, saltar, gesticular, onde desequilibra mais que as outras. As professoras também declararam que quando fazem a letra na rodinha, em tamanho grande, faz com que os alunos percebam as curvas, e traços da letra. No momento que faz o contorno por cima da letra ou número, ela percebe com todo o corpo como é cada detalhe dela. Quando vai para o registro da letra com lápis e folha de papel ela não sente dificuldade, já sabe de onde começa a escrita e termina.
Alguns professores sentem falta de um espaço mais favorável  e de materiais, para trabalhar com as crianças da educação infantil, já que são menores e os instrumentos poderiam ser adequados a seu tamanho. Apesar do CAIC ser bem grande ainda falta um espaço destinado a Educação Infantil para a realização das atividades psicomotoras. Que elas vêm como favorável, mas não ideal.
Algumas professoras são mais agregadoras do que outras. Quando se conformam em trabalhar somente com o corpo quando não há instrumentos e conseguem fazer um bom trabalho. Mas outras sentem falta destes recursos a acreditam que a ausência destes fazem muita diferença na hora de trabalhar e desenvolver os movimentos motores de seus alunos.
A psicomotricidade não apresentou nenhum fator negativo, que por menos que seja realizada vai desenvolver habilidades em qualquer criança. E que de certa forma á criança realiza sozinha as atividades psicomotoras e auxiliam no seu desenvolvimento e amadurecimento cognitivo, motor e intelectual.
É importante salientar que os professores devem fazer as atividades psicomotoras alinhadas com seus objetivos curriculares e que cada criança desenvolve-se a seu ritmo e tempo conveniente para ela. Que cada exercício a ser realizado deve também ter o intuito de conduzir  o desenvolvimento de habilidades que não existem ou estão pouco desenvolvidas e são extremamente necessárias como a postura e expressão corporal, a comunicação, a percepção visual, a noção de tempo, e como seu corpo reage a tudo que esta a sua volta de forma diversas.








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Sites consultados
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http://www.dicio.com.br/logopedista/ acessado em 16/06/2015 as12:20.



[1]Logopedista é uma palavra derivada de logopedia.
Logopedia: s.f. Ciência que tem por fim a correção dos defeitos de pronúncia que se observam nas crianças.
Encontrado em: http://www.dicio.com.br/logopedista

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