Eu sou uma mistura de etnias. Um desabafo.
Hoje em dia não se pode mais pensar numa igualdade que não incorpore o tema do
reconhecimento das diferenças, o que supõe lutar contra todas as formas de
desigualdade, preconceito e discriminação.(CANDAU, 2002, p.129) O
multiculturalismo criado no Brasil é
fruto do povoamento dos portugueses que se encantaram com os índios, que foram
os primeiros habitantes do nosso país. Pergunto-me por que é tão difícil aos
historiadores escreverem que todos somos índios, afinal de contas, descendemos
de índios com índios, portugueses com índios e mais tarde negros com índios,
brancos(estrangeiros) com negros, brancos com índios. A identidade cultural brasileira é somente uma
mistura de culturas que existem desde que o Brasil foi formado, para mim não se
justifica ter preconceito com o que você tem no seu sangue.
O
preconceito ou a indiferença ou repudio ao diferente, existe independente de
ser índio, ou negro, ou branco. Prevalece
por você enquanto ser humano não gostar do que não é idêntico a si próprio. O
que funciona com a forma de pensar e ver as situações e as coisas, sempre
aparece um, dois ou mais que discordam de sua forma de pensar por não ser como
a sua. O que vai diferenciar a resposta do discordante de ser preconceituosa ou
não são suas palavras, seus sentimentos
e atitudes.
Minha tia abriu as
portas para a independência feminina na minha família, usando saia curta, sendo
doutora em educação e psicologia o que nenhum dos filhos homens conseguiu, ela
é meu exemplo e todos formaram minha identidade inicial e o mundo
principalmente escolar e acadêmico fizeram de mim o que sou hoje.
Como educadora
acredito que meu papel e de mediadora na construção de conhecimento de
aceitação e de transformação do individuo no meio social em que está inserido.
E assim ser capaz de transformar todos que estão a sua volta na compreensão dos
sentimentos, pensamentos e ideais diferentes dos seus.
BIBLIOGRAFIA:
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Sociedade, Cotidiano Escolar e Cultura(S): Uma Aproximação. Rev. Educação & Sociedade, ano XXIII, nº 79, Agosto/2002.
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